É verdade que ao longo da História os costumes variam conforme as necessidades sócio-ambientais, a ponto de alguns comportamentos considerados regras de boa educação em algumas décadas se tornarem ofensivos ou alguns comportamentos racionais serem mal interpretados (e vice-versa), como, por exemplo: há pouco tempo fumar em locais fechados, mesmo em restaurantes, era algo normal, hoje até em locais públicos tal hábito está se tornando algo de mau gosto e má influência; na idade média as mulheres andavam atrás dos homens para serem protegidas, mas hoje tal hábito é interpretado como submissão; na antiguidade o álcool destilado era usado pelos alquimistas como remédio, hoje é usado como uma droga de lazer; até pouco tempo atrás ter pensamento independente e querer conhecer culturas estrangeiras ou de minorias era sinal de criminalidade e subversão, mas atualmente é algo fanático e culturalmente empobrecedor não fazê-lo; de igual modo, não consumir carne animal era sinal de homossexualidade ou fragilidade, mas hoje algo espiritualmente honrado e fonte de longevidade e beleza física; ainda até pouco tempo, contribuir com bons valores e cumprimento das leis civis, militares e religiosas era considerado algo castrador e opressivo, mas hoje já é visto como pressuposto básico para a evolução individual e o progresso coletivo etc.
Ensina Platão às novas gerações, no livro "A República", conforme diálogos de Sócrates com Céfalo, que conforme a(o) cidadã(o) envelhece, a consciência da alma se torna mais aguçada, fazendo-na refletir mais sobre o futuro e o mistério da morte, a ponto do mal praticado durante a vida, sobretudo quando há impunidade, pesar continuamente por receio das punições do Hades. Isso está em acordo com o mito descrito no Livro Egípcio dos Mortos, em que Maat, Deusa da Verdade, e Anúbis, Deus da Morte, colocam o coração da alma recém-transmigrada num prato da balança e uma pena no outro prato, para julgar conforme o peso, de sorte que quanto mais pesado o coração, mais severa é a pena (vide hieróglifo abaixo). Contemporaneamente e de igual modo, ensinou o pedagogo francês Hippolyte Léon Denizard Rivail, codificador da Doutrina dos Espíritos, sob o pseudônimo de Allan Kardec, que conforme a pessoa amadurece, tende a desenvolver capacidades mediúnicas, isto é, comunicar-se com o mundo dos espíritos, ficando mais receptiva à influência de espíritos protetores ou desafetos, segundo o grau de bem e o mal que tenha feito.
Ensina Platão às novas gerações, no livro "A República", conforme diálogos de Sócrates com Céfalo, que conforme a(o) cidadã(o) envelhece, a consciência da alma se torna mais aguçada, fazendo-na refletir mais sobre o futuro e o mistério da morte, a ponto do mal praticado durante a vida, sobretudo quando há impunidade, pesar continuamente por receio das punições do Hades. Isso está em acordo com o mito descrito no Livro Egípcio dos Mortos, em que Maat, Deusa da Verdade, e Anúbis, Deus da Morte, colocam o coração da alma recém-transmigrada num prato da balança e uma pena no outro prato, para julgar conforme o peso, de sorte que quanto mais pesado o coração, mais severa é a pena (vide hieróglifo abaixo). Contemporaneamente e de igual modo, ensinou o pedagogo francês Hippolyte Léon Denizard Rivail, codificador da Doutrina dos Espíritos, sob o pseudônimo de Allan Kardec, que conforme a pessoa amadurece, tende a desenvolver capacidades mediúnicas, isto é, comunicar-se com o mundo dos espíritos, ficando mais receptiva à influência de espíritos protetores ou desafetos, segundo o grau de bem e o mal que tenha feito.
1. Manter a higiene: nada mais desagradável do que conviver com pessoas ou seres fedidos e sujos, de modo que é sempre importante o banho diário ou quando necessário, a fim de evitar síndromes, inconvenientes e até propiciar relações diplomáticas ou conjugais (embora o sexo possa envolver a troca dos mais diversos fluidos corporais, nada melhor que um bom banho, talco e desodorante para tornar mais atrativa e saborosa a sinergia)... Assim, não tossir, cuspir, arrotar, emitir gases etc. perto dos outros; não passear com animais domésticos sem banho tomado, sobretudo em elevadores e ambientes fechados, para não parecerem câmaras de gás etc. Ao contrário do que muito(a)s pressupõem, andar bem vestido(a) e limpo, incluindo estender tal prática à animais domésticos, não é um ato de esnobismo, mas respeito com o(a)s semelhantes, embora seja verdade que impedem tal direito/dever àlgun(ma)s cidadã(o)s, o que dizer outras espécies.
2. Manter a reciprocidade: nada melhor do que trocas justas, sejam elas emocionais ou materiais. Contudo, considerando que nem sempre podemos contar com a boa vontade alheia no momento desejado, não custa nada favorecer quem está próximo com sutis atos imperceptíveis decorrentes de ações pessoais imprescindíveis, a fim de melhorar a sinergia da situação e exercitar o corpo: por exemplo, oferecer carona ou fazer alguma atividade no local de destino para conhecido(a)s, remover com o esguicho da urina detritos de excrementos no vaso ou não direcioná-lo diretamente na água para não fazer barulho e respingar no chão, revestir o papel higiênico usado com mais uma camada para não exalar o odor e facilitar a limpeza (sobretudo em locais públicos), não sujar o banheiro ou limpá-lo em caso de acidente, dar descarga e fechar o vaso, posicionar ventilador ou abanar com leque na direção alheia (sobretudo em ambientes pouco espaçosos), dividir a refeição de forma proporcionalmente igualitária em situações eventuais ou emergências, segurar portas, usar mini-banquinhos ou tapetes em transportes públicos para deixar acessível os assentos para trabalhadore(a)s exaurido(a)s, doentes, gestantes etc. enquanto não há uma política de redistribuição urbano-populacional séria etc.
3. Manter o respeito ao espaço e ao momento alheio: caso possamos respeitar o espaço e o momento alheio, tanto o psíquico-físico quanto o material-ambiental, certamente não haveriam antipatias e conflitos, não só entre a espécie humana, quanto outras espécies da Natureza. Por exemplo, não devemos propor atividades ou puxar conversas inoportunas e estressantes em momentos de sofrimento ou luto; não devemos contribuir com a poluição em seus mais variados aspectos, pois, quanto mais poeira jogamos para debaixo da cama, mais sujeira acumula; não invadir o espaço alheio com atividades pessoais (confraternizações e música alta, fumaça de cigarro ou churrasco, vapores culinários, gemidos sensuais etc.), pois nem sempre sabemos se quem está ao lado precisa de repouso por estar doente ou abatido por alguma perda; não devemos parecer carros desgovernados na condição de pedestres ou mesmo de motorista de veículos para evitar sinergias ou acidentes; etc. Assim, se cada um ficasse em seu ambiente privativo ou em seu clã de afinidade cultural, dificilmente haveriam incômodos e conflitos. Embora seja louvável culturas igualitárias em que há apenas um pronome de tratamento em relações sociais ordinárias [camarada, irmã(o), companheiro(a), frater(soror) etc.], ainda é muito usual e esperado o uso de pronomes mais distintivos [senhor(a), senhorio(ita), excelência, ilustríssimo(a) etc.] por pessoas desconhecidas ou não muito íntimas como forma de identificação e/ou aproximação gradual...
4. Cultivar as virtudes: se queremos bons relacionamentos e uma sociedade saudável, nada mais eficiente do que começar por nós mesmos e não sermos contaminados gradualmente por inversão de valores, já que cada ser é uma célula do grande corpo sócio-ambiental. Por exemplo, quanto mais permitimos as desvirtudes e colaboramos com criminosos, mais nossos hábitos se tornam suicídas e mais vulneráveis ficamos; não devemos roubar para não gerar um cenário constante de guerra civil e sermos em algum momento abatidos; não devemos mentir para não gerar relacionamentos preocupantes e termos câncer na alma; não devemos trair para não gerar vinganças ou sermos abandonados, inclusive em momentos de necessidade; não devemos ser ociosamente egoístas para não gerar competições sociais; não devemos matar para não sermos mortos etc. Ser virtuoso(a) não é querer ser bonitinho(a) aos olhos da sociedade ou de si mesmo para alcançar qualquer objetivo, mas compreender que é uma postura convenientemente básica para nossa saúde e evolução em geral. Assim, parece-nos oportuno conceituar as principais virtudes e pecados:
Humildade e Orgulho: a virtude da humildade consiste em saber que numa sociedade ou ecossistema, todos são interdependentes e tem sua importância ontológica para o Todo, à semelhança de células de um organismo, cada qual com uma função a desempenhar. Já o pecado do orgulho consiste em se iludir no sentido de não perceber todos os seres como dotados da mesma importância para o Todo por se julgar mais importante, à semelhança de células do coração (órgão responsável pelo bombeamento do sangue pelo corpo para nutrir todas as células) que se consideram mais importantes do que células do intestino delgado (víscera responsável por assimilar nutrientes).
Dedicação e Preguiça: a virtude da dedicação consiste no uso intencional (consciente) do livre-arbítrio ou direcionamento evolutivo, pois, por ela, podemos alcançar nossas metas baseadas em nossas mais profundas escolhas. Já o pecado da preguiça consiste em ser conivente com o descumprimento dos direitos e deveres pessoais e coletivos, gerando uma estagnação evolutiva.
Paciência e Ira: a virtude da paciência consiste em compreender que só o biocentrismo (isto é, a vida ou saúde como valor maior) permite uma evolução pessoal e coletiva segura e estável, pois, o pecado da ira nada mais é que que o descontrole da alma racional sobre a alma emocional e instintiva (para Platão, no momento em que não mais nos governamos pela alma racional, sofremos).
Equilíbrio e Exagero: a virtude do equilíbrio consiste em compreender que a dualidade da alma e da realidade (isto é, os aspectos complementares desagradáveis e agradáveis) é o combustível e o motor da evolução para termos motivação existencial, pois, se percebêssemos tudo como perfeito ou, ao contrário, tudo como imperfeito, seríamos uma massa eternamente inerte ou sem um segundo sequer de paz, não discernindo sobre a diferença entre virtude e pecado, por exemplo. Já o pecado do exagero consiste em não discernir o que é agradável e desagradável em termos pessoais e coletivos, e tentar, em vão, eliminar a potencialidade dual da alma e da Realidade.
Simpatia e Inveja: a virtude da simpatia consiste em admirar as diferenças entre os seres, tomando-as como referências para a formação da nossa personalidade. Já o pecado da inveja consiste em não compreender a aplicação da Justa Sabedoria Divina num determinado momento, iludindo-se no sentido que não merecemos ou nunca poderemos ter as qualidades que percebemos nos demais seres.
Sinceridade e Traição: a virtude da sinceridade consiste na saudável fluência anímica e na capacidade de dissipar as trevas dos caminhos evolutivos pessoais e coletivos. Já o pecado da traição seria a própria imersão da alma na entropia da existência de forma semi-consciente, à semelhança duma célula corporal doente e em fase terminal tentado aniquilar as células saudáveis que a cercam, ignorando a interdependência celular fisiológica. Quando se fala em cast'idade ou celi'bato, além da ideia de fidelidade já mencionada, ensina-se a ter auto-controle para não ficar dependente emocionalmente, corruptível, não criar famílias desfrutadas, evitar doenças contagiosas, não ficar vulnerável ante à golpes sócio-conjugais e inibir maus exemplos públicos ou costumes selvagens que possam desvirtuar crianças ou mesmo adultos.
Generosidade e Avareza: a virtude da generosidade consiste em investir na evolução individual e coletiva de modo espontâneo, por saber que numa sociedade ou ecossistema, todos são interdependentes e tem sua importância ontológica para o Todo, à semelhança de células de um organismo, cada qual com uma função a desempenhar. Já o pecado da avareza consiste numa compreensão imediatista e sem abrangência da realidade, iludindo-se no sentido de não perceber a interdependência sócio-ambiental, à semelhança dum célula saudável corporal que não se importa com o fato das células que a cercam ficarem a cada dia mais doentes.
5. Manter a personalidade: se queremos que confiem em nós, nada melhor do que sermos espontâneos e termos posições bem definidas e convictas, pois, do contrário, transmitiremos um ar de desconfiança e ficaremos vulneráveis ante à qualquer influência alheia.
6. Aulas Práticas sobre a Lei do Carma: são muito verdadeiras a frase popular "mais vale 1 ação do que 1000 palavras" e a máxima filosófica "a prática sem teoria é ingênua e a teoria sem prática é estéril", palavras possivelmente baseadas na passagem de 2 Coríntios 3:5-4 em virtude da influência cultural judaico-cristã:
"Não que possamos reivindicar qualquer coisa com base em nossos próprios méritos, mas a nossa capacidade vem de Deus. Ele nos capacitou para sermos ministros de uma nova aliança, não da letra, mas do Espírito; pois a letra mata, mas o Espírito vivifica."
Assim, parece-nos muito útil, além das escolas e tutore(a)s levarem o(a)s aluno(a)s para conhecerem a rotina de cada profissão para não se iludirem na descoberta da própria vocação e na escolha da própria profissão, que o(a)s aluno(a)s façam visitas discretas à penitenciárias, hospitais, manicômios, necrotérios e velórios, regiões sociais e naturais incivilizadas e poluídas, imóveis e edificações mal projetados e sem privacidade, bairros, boates, restaurantes e bares boêmios, necrófago-tumultuosos, clínicas de reabilitação de drogas etc. para compreenderem a inevitável relação de causa e efeito entre a prática das desvirtudes e o sofrimento. Dessa forma, compreenderão facilmente a beleza e a conveniência da prática das virtudes, tanto em nível individual, quando coletivo.