Economia ~ Reflexões

Diz a sabedoria popular que "a mercadoria e os serviços valem aquilo que o(a) consumidor(a) está disposto(a) a pagar", mas em razão do desplanejamento e das injustiças político-econômicas do setor pública e privado, é capaz que o próximo passo seja a instintiva instituição do preço único para todos os bens e serviços, considerando a escassez de recursos causada pelo ócio oportunista e pela ambição traiçoeira. Assim, podemos refletir sobre algumas situações que a maioria da população enfrenta para adentrar no mercado de trabalho ou mesmo na escola:

- Obrigação de escolher a profissão muito novo sem a menor consciência do papel da profissão na sociedade (sem mencionar o fato de muitos abandonarem os estudos ou mudarem de profissão por descontentamento ou decepção);

- Trabalhos e estudos perpetuamente estressantes, intermináveis e inúteis do ponto de vista sócio-ambiental;

- Empresas exigindo funcionários jovens recém saídos da faculdade com experiência;

- Altos e baixos perpétuos no orçamento familiar e dificuldade em concretizar os projetos de vida (ainda que os mais básicos como a casa própria ou trabalhar com o que se gosta);

- Pessoas amorais e sem qualquer mérito técnico com grandes posses e pessoas virtuosas e muito competentes com graves problemas financeiros;

- Cônjuge, familiares, chefes de trabalho e até médicos etc. pressionando injusta e descaradamente, as vezes até a custa da saúde da pessoa (através de críticas, desafios, ameaças, intimidações, comparações com pessoas "bem sucedidas"), para estudar ou subir na vida, mas sem apontar os meios ou dar ao menos uma pista de como fazê-lo;

- Descarte da produção agrícola para gerar lucro;

- Bens de consumo tão frágeis que parecem ser programados para quebrar ou se tornar obsoletos em pouco tempo;

- Semi-impossibilidade de encontrar todos os acessórios indispensáveis do produto na mesma loja (ou pelo menos num preço acessível) e impossibilidade de ser orientado à comprar bens de ponta em face da necessidade de lucrar com produtos obsoletos ou até com defeitos; 

- Total inércia ou embromação das autoridades, políticos, acadêmicos, cientistas, religiosos, economistas etc. em apontar e remover definitivamente as causas dos males sócio-ambientais, em que pese a mão-de-obra e os recursos tecno-filosóficos atuais.

Assim, podemos nos questionar as verdadeiras causas das crises sócio-econômicas:

- ¿Seria a falta de produção e recursos por grandes flagelos naturais como seca, inundações etc.? ¿Ora, mas não existem fazendas hidropônicas e grandes áreas agricultáveis desertas? ¿Não existe mão-de-obra abundante e tecnologia com possibilidades inimagináveis? ¿Não há desperdício, estocagem e queima de alimentos para aumentar artificialmente o preço? ¿Não existem fontes de energia renováveis e técnicas  de reciclagem? ¿Muitos países não conseguem aproveitar a água da chuva e dessalinizar a água do mar? ¿Por que não fazem produtos mais duráveis ou com maiores quantidades? ¿Será por que quando compramos algo que dure pouco ou precise ser renovado não somos coagidos a movimentar a economia saindo de casa através de gastos com combustíveis, táxis, ônibus, sola do sapato, cuidados médicos com desgastes desnecessários de energia vital etc.? ¿Não seria algo muito lucrativo sem necessidade de maiores esforços produtivos monopolizar recursos naturais básicos?

- ¿Seria a falta de mão-de-obra especializada? ¿Ora, mas como hoje em dia uma passagem de avião é até mais barata que uma de ônibus? ¿Como um aparelho eletrônico é 4 vezes mais barato em países considerados desenvolvidos? ¿E o que dizer do fato que muitos compram produtos pronto (muito comum em shoppings, restaurantes etc.), vendem a alto preço, pagam funcionários, suas contas, entretenimento, e, com o lucro, compram novos produtos para se enriquecerem progressivamente (e por que nem todos tem a mesma oportunidade e facilidade de entrada no mercado, investimento, venda com os produtores e demanda dos consumidores?)?

- ?Seriam as oscilações do dólar? ?Ora, mas qual o critério para um governo aceitar a valorização ou desvalorização duma moeda estrangeira? ?Seria uma espécie de baixa ou auto-estima estatal? ?Seria algo arbitrário e artificial de governos em conjunto com instituições financeiras para poder cobrar mais impostos e aumentar o preço das mercadorias? ?Qual a razão do padrão-ouro ser substituído pelo padrão-dólar? ?O que impediria um país de cometer um macro-estelionato mudando o padrão-dólar para padrão-quartzo para super-lucrar com exportações, importações, impostos, poupança e demais transações bancárias? ?Será que a partir dum macro-estelionato premeditado desse porte não daria para retirar a maior parte do dinheiro do(a)s cidadã(o)s nato(a)s e estrangeiro(a)s e devolver num curto espaço sem correção monetária justamente calculada, não só pelo fato dos cálculos financeiros complexos, quanto pela arbitrariedade de produtore(a)s, empresário(a)s, militares, acadêmicos e civis de todo tipo, capazes de criar falsos padrões inflacionários e esconder mercadorias, ainda que mediante violência e assassinatos?  ?Ou seria simplesmente a explicação midiático-acadêmica vaga das variações de exportação e e importação?

- ¿Seria a falta de investimentos? ¿Ora, mas se o país tem recursos naturais, mão de obra disponível e a capacidade de cunhar moedas, por que os empresários e o governo dependeriam apenas de estrangeiros para construir mais fábricas, cultivar mais alimentos, pesquisar tecnologias e gerar mais empregos?

- ¿Seria a dívida pública? ¿Ora, se muitas famílias sem nível universitário conseguem manter o orçamento doméstico equilibrado e não fazer dívidas, por que uma assembleia de tecnocratas que estudaram por mais de 10 anos economia não conseguem administrar minimamente as Contas Públicas? ¿Será que o Estado não arrecada impostos suficientes?

- ¿Seria o excesso de impostos? ¿Consta, por exemplo, que o Brasil é o país que mais arrecada impostos, sendo que boa parte do dinheiro é destinada para investimentos públicos e privados, mas, afinal, para onde vai tanto dinheiro assim, já que nem serviços públicos e empresas privadas de médio e grande porte parecem usá-lo?

- ¿Seria a mudança de moeda (por exemplo, do cruzeiro para o real)? ¿Ora, qual a razão prática de queimar papéis, derreter moedas, fazer milhões de pessoas ir ao banco e sobrecarregar outros milhares de funcionários, mudar inúmeras normas etc. se isso poderia ser feito apenas com um ajuste de valor numa única lei? ¿Será que alguém ganha com esse projeto faraônico artificial? ¿Será que de alguma forma o dinheiro poupado perderia valor, ainda que por poucos centavos?

- ¿Seria a inflação? ¿Ora, porque há inflação mesmo quando não há grandes flagelos naturais, sem mencionar o fato dos recursos e tecnologias disponíveis para minimizar os danos? ¿Seria simplesmente a explicação midiático-acadêmica vaga da lei da oferta e da procura, mesmo com tanta produção, os salários sempre arrochados e a grande arrecadação de impostos?

- ¿Inadimplência? ¿Corrupção crônica? ¿Conspirações genocidas internacionais? ¿Mão invisível do mercado ou de ladrões? ¿Afinal, caros leitores, quais seriam as verdadeiras causas das crises econômicas, se é que elas existem?

- ¿Seria a pirataria? ¿Ora, mas o que explica muitos produtos serem fabricados no estrangeiro e vendidos dentro do país à um preço maior daquele vendido por camelôs cuja procedência quase sempre é a mesma, ainda mais em países cuja população não dispõe de muitos recursos financeiros? ¿Então, qual será a verdadeira razão de se taxar importações à preços altíssimos, haver variações tributárias contrastantes em diferentes estados (por exemplo, a Zona Franca de Manus e o Porto de Santos) a ponto de se dobrar o valor do produto e qual seria a razão de exportar e até desperdiçar produtos básicos quando muitos sofrem privações dentro do próprio país?

- ¿Ora, então  o que aconteceria se todos os cidadãos sacassem duma vez o dinheiro de suas contas bancárias ou fosse dado pelo governo a todas as famílias a mesma quantia mensal do salário dum cidadão de classe média? ¿Será  que haveria dinheiro e bens suficientes disponíveis nos bancos e nos mercados? ¿Então será que o sistema bancário atual não  seria uma espécie de clubinho mafioso internacional usado para gerar segregação, idolatria e todo tipo de opressão na sociedade global? ¿O que seria então, "caríssimos economistas"?

Por fim, podemos também nos questionar quais são as verdadeiras intenções dos responsáveis pela posse e administração dos meios de produção: 

- ¿Se a lei proíbe poluição sonora por que se fabricam e se vendem escapamentos de motos e carros que intensificam o som bem acima dos decibéis permitidos (70db), incomodando a população e atiçando cachorros para intensificar o barulho? ¿Nesse sentido, por que permitem que carros que parecem trio elétricos fazerem propaganda política, vender gás e outros produtos e permitirem o uso de fogos de artifício em diários e perpétuos campeonatos de futebol? 

?Se grande parte da população não possui nem sensibilidade ou educação para cuidar da própria saúde e entes queridos (e outra parte possui sensibilidade e educação, mas não pode ter um imóvel digno), por que as empresas responsáveis facilitariam a venda ou compra de veículos e outros bens tecnológicos complexos como armas e computadores de última geração capazes de causar acidentes e problemas estratégicos para pessoas físicas ou jurídicas, nacionais ou estrangeiros?  ?Não vemos todos os dias muitas pessoas não pagarem nem o aluguel e contas básicas, mas desfilarem com carros luxuosos ou até helicópteros e outras com todas as contas em dia e mal conseguirem pagar o almoço diário no restaurante próximo ao trabalho?

- ¿Se a lei proíbe poluição visual por que as ruas mais parecem um circo labiríntico com tantas propagandas?

- ¿Se a lei proíbe poluição sanitária, por que as ruas mais parecem esgotos à céu aberto?

- ¿Se os políticos pregam o desenvolvimento de fontes de energia limpa, por que vemos o aumento da fabricação de veículos mesmo com tanto trânsito, a curculação de transportes que soltam mais fumaça do que trens no período da revolução industrial e não há ciclovias suficientes e, ainda por cima, as ruas não são asfaltadas, senão feitas de blocos de granitos perfurantes?

- ¿Se as empresas se preocupam com a saúde da população por que vendem alimentos que causam cáries, obesidade, azia etc., sem mencionar o álcool e o tabaco com inúmeros aditivos tóxicos?

- ¿Se as empresas se preocupam em atender bem o consumidor por que os vendedores não são educados e objetivos durante o atendimento e os produtos não estão expostos de modo organizado e fácil para testar, e já são fabricados para facilitar (como aparelhos bivolts, de fácil configuração etc.)?

- ¿Se as empresas querem dar descontos ao consumidor, por que cobram multas caras por rescisão contratual por má prestação do serviço ou má qualidade do produto? Sem mencionar os casos de pessoas que ficam desempregadas, perdem a poupança por infortúnios ou tem o salário reduzido pela empresa...

- ¿Se a lei proíbe venda casada, por que todo bem que compramos sempre necessita dum acessório indispensável no mercado próximo do valor do bem principal?

- ¿Se a lei exige que se proteja a integridade física da população por que as ruas mais parecem campos minados, calçadas e ciclovias arapucas, e as edificações, mesmo as mais modernas, parecem armadilhas cheias de quinas, passagens estreitas com obstáculos etc.?

- ¿Se a intenção da mídia e das instituições acadêmicas e culturais em geral é educar por que quase ninguém compreende a sociedade e nem desconfia das formas para remover os problemas sócio-ambientais?

- ¿Se a intenção das empresas é preservar o meio-ambiente e facilitar a vida do consumidor porque vemos produtos no mercado cujas caixas são mais atraentes que os produtos já embalados que estão dentro, sem mencionar o fato que não servem para nada além de aumentar a compulsão na hora da compra?

- ¿Se a democracia é a vontade da maioria e toda população é consumidora, por que a maioria está insatisfeita em termos de moradia, bens de consumo e prestação adequada de serviços?

- Dizem que no mundo atual, a partir de complexos agrícola-industriais em diferentes países de ideologias e distância extremas, comerciantes com mérito técnico-moral questionável saem da fonte com a mercadoria de graça e vão repassando à outros aumentando gradualmente de preço e piorando a qualidade (por isso um produto pirata pode ser melhor que um produto de marca, e, por isso, há muitas distorções sócio-ambientais hoje em dia, sendo mais fácil encobrir tais crimes em sociedades extremamente descentralizadas e desorganizadas em termo de ordem e poder, como em um regime socialista de fachada ou pluripartidarista de marketing em que muitos estão descontentes com a situação: ¿ora, de que adianta um país ou região possuir muitas indústrias mas não áreas agricultáveis, e vice-versa, ainda mais quando possuem mais bocas para alimentar?).